Eurofarma é condenada novamente e pagará 100 mil à propagandista

A Eurofarma Laboratórios S.A. – grande empresa farmacêutica que no ano passado faturou mais de R$ 130 milhões – mais uma vez sofreu uma condenação na Justiça. Na ocasião, a empresa estava sendo processada por obrigar um propagandista vendedor a consumir remédios de laboratórios concorrentes em reuniões de trabalho. Na decisão, a Eurofarma foi condenada novamente e pagará R$ 100 mil ao propagandista.

De acordo com o relato, o ex-colaborador afirmou que era obrigado a conseguir amostras destes outros laboratórios – muitos destes que só poderiam ser adquiridos com receita médica – para que fossem experimentados em reunião sob a justificativa de que deveria conhecer o sabor e o odor do remédio.

Na visão do TRT, os trabalhadores eram utilizados como verdadeiras cobaias, revelando uma postura de total desprezo à dignidade humana por parte da empresa, que se aproveita do medo e receio dos subordinados pelo fantasma do desemprego para submetê-los a condições vexatórias.

Importante lembrar que a própria Eurofarma já havia sido condenada anteriormente em uma ação civil pública ao pagamento de R$ 1 milhão em indenização a 1.500 funcionários ao redor do país sob o mesmo pretexto: obrigá-los a obter amostras de concorrentes e prová-las em reuniões de lançamento de produtos.

Da mesma forma, não havia como os colaboradores recusarem, pois o gerente obrigava que fosse feito um rodízio e, com medo de perder o emprego, a equipe acabava se submetendo às dosagens que, muitas vezes, eram superiores às orientações da bula.

Em sua defesa, o laboratório afirmou que existia um setor próprio em São Paulo, composto por farmacêuticos e bioquímicos, que era especializado na experimentação dos medicamentos. Contudo, a empresa não conseguiu provar sua existência e foi condenada ao pagamento da indenização por violar a saúde e a integridade física dos trabalhadores por mera estratégia comercial.

Agora, conta pra gente: você que é propagandista vendedor, já teve que passar por uma situação parecida com esta?

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