No dia 25 de janeiro de 2019, por volta das 12h28min, no município de Brumadinho/MG, a Barragem I da Mina do Córrego do Feijão, de propriedade da empresa Vale S/A, rompeu-se. Resultado: uma catástrofe sem precedentes na história nacional e mundial.
Diz-se sem precedentes pois, como público e notório, não obstante a morte de 270 seres-humanos e outras 11 desaparecidas, os danos ambientais inumeráveis, a lama veio destruir também toda a forma de vida – material e imaterial –, no percurso que encontrou.
O país não aprendeu com o que aconteceu pouco mais de 3 anos antes, com a tragédia de Mariana/MG, tanto que permitiu que ocorresse, de forma mais grave e fatal, a tragédia de Brumadinho/MG.
O ciclo que aprendizagem advindo com a reflexão e necessária adoção de medidas voltadas a evitar desastres da mesma magnitude ou maiores não se desenvolveu. O estado brasileiro se manteve omisso.
As técnicas utilizadas para construção de barragens como essa não se relevam seguras. As empresas que exploram recursos naturais e desenvolvem atividades com agentes tóxicos não podem contar com a sorte. Para além de aprimorar a técnica e a manutenção de barragens, por exemplo, a fiscalização pelos órgãos públicos só é eficaz quando realizada de maneira rotineira e de forma responsável e imparcial.
As inúmeras vulnerabilidades ambientais, sociais, físicas, familiares, comunitárias, financeiras, trabalhistas, psicológicas, envoltas num desastre como o ocorrido em Brumadinho/MG não são reparadas apenas materialmente. A dor física e psicológica, geradoras de angústia, medo, agonia, ansiedade, desesperança, perturbação, impaciência, se revelam verdadeira tortura mental, emocional e moral, podendo até colocar em risco a integridade física, ante o sentimento de engano durante o tempo em que as vítimas acreditaram na segurança das atividades empresariais da empresa exploradora.
Partindo do ditado popular de que “tudo tem um preço”, tais empresas entendem que a vida de um ser humano é monetizada. E considerando os fins empresariais de tais exploradoras, ávidas por gerar lucro e mais lucro, e sendo uma pessoa jurídica, um ser desprovido de rosto, pois é abstrata, é impessoal, é objetiva e anônima, acredita que possui o “dom” (monetário) de apagar histórias, matar pessoas, surrupiar sonhos, impedir conquistas, gravando na consciência de cada uma das vítimas e de todos a funesta e escura desesperança. A irresponsabilidade se revela como uma tirania empresarial, em que a liberdade de uns é a escravidão dos milhares de vítimas pelo dolo em manter a Barragem I da Mina do Córrego do Feijão em Brumadinho/MG insegura, prestes a explodir “como uma bomba” no meio dos inocentes a qualquer momento.
Como a alteridade em mente, a sensibilidade no ouvir e a empatia em compreender, o escritório conta com Advogados atuantes, Psicóloga e Psiquiatra, com experiência em atenção e acolhida de vítimas de tais tragédias.