Bradesco não cumpre “acordo de cavalheiros” e apresenta lucro bilionário. Como?
Com cofres cheios, demissões já passam de 1.000 desde o início da pandemia
Apesar de ter sido uma das empresas a anunciar, no início da pandemia, que não cortaria empregos enquanto durasse a crise sanitária, de lá para cá as demissões no Bradesco já ultrapassaram a marca de 1.000.
O curioso é que, em abril, o banco aceitou ajuda monetária governamental exatamente para brecar as demissões.
Você até poderia argumentar “mas estamos no meio de uma crise, vários empresários que conheço faliram! É normal que haja demissões!”
Concordo, a situação é muito triste, sem precedentes. Quando uma empresa não vai bem, cortes são necessários e, muitas vezes, a única saída é desligar parte do efetivo.
Todavia, o Bradesco novamente apresentou resultados impressionantes aos seus acionistas, atingindo a casa dos bilhões!
“Mas como?”. Eu também fiz essa pergunta.
Apesar de já ter uma ideia em mente, foi ao receber no escritório alguns desses bancários desligados que confirmei minha suposição: de que nada mudou em relação às metas, apesar da crise mundial.
Esses trabalhadores alegam ter sofrido abuso moral constante e ameaças diárias de demissão. A situação imposta pelo banco continuou sendo a clássica “entrega o resultado ou o banco encontrará quem entregue”.
Porém, o que me chamou a atenção é que, com a pandemia e a consequente instauração do home office, as metas aumentaram de forma acintosa, sendo cobrada produtividade de novos produtos!
No final das contas, apenas no primeiro semestre de 2020, momento em que a pandemia estava em uma crescente, o banco lucrou R$ 7,626 bilhões, compreendendo um crescimento de 3,2% em relação ao semestre anterior.
Apenas para compartilhar a realidade vivenciada, alguns desses ex-funcionários tinham anos de casa e foram desligados de forma completamente humilhante, como tendo seu cartão bloqueado no terminal e posteriormente sendo avisado por colegas de trabalho que o banco estava enxugando o quadro.
Há também àqueles que tinham mais de 15 anos de banco e foram demitidos por e-mail.
De fato, algo totalmente injusto a se fazer com qualquer pessoa, mas em especial à pessoas que dedicaram uma vida inteira à instituição e à sua construção.
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