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PDV do Banco do Brasil: Uma outra visão que irá fazer você refletir

Ansiedade é medo do futuro. Estado desagradável de agitação interior que funcionários do Banco do Brasil sentiram intensamente na manhã de segunda-feira, 11 de janeiro.

Naquele momento, para alívio de uns e desespero de outros, o Banco anunciou um novo PDV e, consequentemente, uma nova reestruturação, instalando tensão e angústia em milhares de lares brasileiros.

Neste dia, famílias sentaram juntas em suas casas e começaram a refletir sobre um dos momentos mais significativos de suas vidas. 

Sentados à mesa da sala, os mais antigos conversaram aflitos sobre a difícil decisão de saber se é a hora certa de parar, cientes das dificuldades de se manter o padrão de vida atual com o benefício do INSS somado à sagrada complementação da PREVI. 

Em outra residência, um casal mais jovem de banco, que sequer pode aderir ao PDV, discutiu calorosamente sobre a possibilidade do descomissionamento e adentrou a noite debruçado em planilhas de Excel calculando o futuro.

Estamos falando, em alguns casos, de pessoas que dedicaram toda a sua existência à empresa. Trabalhadores que nasceram no interior e sonharam um dia em passar no concurso do Banco do Brasil; contra as adversidades, passaram neste concurso; para manter vivo o sonho, mudaram de cidade galgando promoções e reconhecimento; incansavelmente, levaram seus filhos na AABB, e, por diversas vezes, se orgulharam de colocar, dia após dia, o crachá do banco.

Ultimamente, sinto falta de histórias bonitas dentro do banco. A última que eu tenho em mente é a de meu pai, seu Odinir, que faleceu em 2003, depois de trabalhar 33 anos no Banco do Brasil, dedicando alma e coração à empresa. 

Tenho plena certeza que ele não estaria muito feliz em ver no que o banco se transformou. Ou será que já era assim, mas nem eu e nem ele conseguíamos ver?

Veja só como é a vida: hoje, logo eu, trabalho defendendo bancários contra atrocidades dos bancos. 

Provavelmente pelo fato dele ter falecido de um câncer inexplicável, mas que, segundo oncologistas, o stress é uma hipótese altamente explicável.

Como retratado anteriormente, o casal mais jovem vivencia uma situação mais delicada. Por isso, vou contar a história do João, personagem fictício, mas que facilmente pode traduzir uma realidade.

João está numa situação complicada. Como falei, ele não está apto a aderir ao PDV. É Gerente de Relacionamento de uma pequena agência. Assumiu como assistente em 2006. Seus resultados estão bons, mas sua GDP, que não condiz com a realidade, está péssima, e ele sabe que com a reestruturação provavelmente vai voltar a ser posto efetivo, já que o GG não vai muito com a sua cara. Se isso ocorrer, perderá 60% de sua remuneração.

Por si só, perder mais da metade de seus rendimentos já é um imenso rombo em qualquer orçamento, por mais organizado que esteja. Porém, João foi repetidamente atraído pelas baixas taxas de empréstimo da PREVI, e acabou colecionando pequenas dívidas. A maior delas foi adquirida há 4 anos: um financiamento de 420 parcelas. 

Um erro? Depende. Naquela altura da vida, ele não contava, por exemplo, com o advento da reforma trabalhista e seu impedimento em relação à incorporação da gratificação de função. Estava a poucos passos de completar 10 anos em cargos comissionados e, isso ocorrendo, mesmo que fosse descomissionado, incorporaria parcelas importantes à sua remuneração. Logo, não seria um problema honrar seus compromissos financeiros. 

Difícil a situação… mas há esperança.

Muitos tribunais, mesmo após a reforma trabalhista, a depender dos motivos que levaram ao descomissionamento, continuam aplicando a súmula 372 do TST e, consequentemente, incorporando a função de funcionários que recebiam adicionais de gratificação há mais de 10 anos. Um exemplo pode ser visto aqui.

Claro que, por um tempo, João terá que se adaptar a uma nova realidade. Precisará reduzir gastos, pedir ajuda para familiares, modificar hábitos. Mas, com tempo e paciência, muito provavelmente reverterá boa parte da sua condição financeira.

Tendo em vista que todos os seres humanos têm o direito de perseguir o seu bem-estar material em condições de liberdade, dignidade, segurança econômica e igualdade de oportunidades, nosso escritório se coloca à disposição para ajudar os bancários do Banco do Brasil que estejam passando por situações similares.

Se este for o seu caso, sinta-se à vontade para entrar em contato conosco através do botão de Whatsapp disponível no canto inferior direito da sua tela.

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